terça-feira, 17 de abril de 2012

Conto de terror

Um conto é uma narrativa curta, em que as ações evoluem a partir de um único motivo. Possui narrador, personagens (poucos) , as ações ocorrem em determinado tempo e espaço (lugar). O conto segue uma progressão de ações linear: situação inicial, conflito, clímax e desfecho.
Utilize o esquema abaixo, sujerido em BELTRÃO, Eliana. Diálogo: língua portuguesa 5. São Paulo: FTD, 2001 e crie um conto de terror. Lebrese-se de descrever as personagens e o espaço para enriquecer seu conto. Você também pode utilizar diálogos, se achar necessário. Bom trabalho!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PALAVRAS...


                Minha palavra favorita sempre foi hortifrutigranjeiro. Não pelo sabor. É pelo nome mesmo, o jeitão esquisito  dela, cheia de meias outras palavras. É claro, também tem outras muito engraçadas: soslaio, esdrúxulo, vasilhame, Tegucigalpa. E piauiense, a favorita da vovó. Ela disse que piauiense é palavra milagrosa, porque tem cinco vogais juntas. Se é milagre eu não sei. Mas que é esdrúxula, é.
                Desde pequeno eu parecia com a vovó. Primeiro só fisicamente, depois tudomente. Ainda mais nesse negócio de cismar com umas palavras assim sem mais nem por quê.
                Mamãe não larga do meu pé de vento. Fala que eu sou doido, que eu tenho cada mania, que sei o quê. Um saco! Ela nunca parou pra pensar no tanto de palavra legal que tem por aí. Pera aí, que eu pensei uma coisa. Palavra legal que eu sei muitas, mas será que tem palavra ilegal? Alguma assim, proibida por lei? A partir de hoje fica proibida a palavra boletim. Não, a palavra brócolis. Não, a palavra derrame.
                Semana passada eu fui para Montes Claros ver a vovó. Tava ruinzinha a coitada. Derrame. Pessoal aqui de casa falou que não era pra eu ir não, que ia incomodar, ia encher a casa, dar trabalho, nhenhenhém. Falei que ia e pronto, pô. Eu aqui, cheio de saudade e distância.
CUNHA, Leo. Pela estrada afora. São Paulo: Atual, 1993.